quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ai aquele miúdo! Não me sai da cabeça por nada!
Olhei para ele todos os dias em que fui àquela praia, achei-o especial, tal como todos os outros, mas aquele...
Eles são mais de 10, talvez mais que 20, e eu penso como é possível são tantos!
Ainda não sou mãe, mas sou humana, tenho a sensibilidade que qualquer humano tem, ou pelo menos deveria ter.
Eles são órfãos, não sei em que circunstâncias, cada um com uma história diferente certamente, mas com certeza todas elas tristes!
Olho para eles com uma vontade enorme de os abraçar de dizer que gosto deles, que eles são lindos, de lhes dar mimo ou de pelo menos brincar com eles...
Ganhei coragem, fui-me aproximando  e timidamente comecei a brincar com eles. Não demorou muito até eles saltarem para o meu colo, falarem como se não houvesse amanhã, estavam contentes pelo momento, e eu sentia-me feliz por isso!
Faziam  imensas perguntas às quais eu ia respondendo, usaram a minha toalha como se fosse deles, um à vontade próprio de quem está habituado a conviver com desconhecidos.
Foi uma tarde bem passada, dei colo, abracei, brinquei e até tiramos fotografias, foi muito bom!
Mas, aquele miúdo era especial! Não me deixou tocar-lhe uma única vez, não tirou fotografia, só conversou. Ele não era feliz, isto se algum deles era!




terça-feira, 2 de outubro de 2012

Chovia torrencialmente naquela manhã de verão, todos esperávamos o sol, afinal era o nosso primeiro dia de férias, as férias grandes tinham finalmente chegada!
Fomos todos bem cedo para casa da avó, os dias longos em que a brincadeira reinava estavam a começar, mas contra todas as nossas previsões chovia a cântaros, e agora?!
Todos os nossos planos foram feitos para brincar na rua, não havia uma única brincadeira que pudesse ser feita dentro de casa, que seca, estas férias estão a começar mesmo mal!
A avó com a sua calma e paciência ao aperceber-se da nossa desilusão, sugeriu com uma enorme excitação contar-nos uma história, daquelas (lindas de morrer) do tempo em que ela era criança. Mas nós estávamos tão desiludidos que nada parecia boa ideia.
Fomos ficando zangados uns com os outros, como se um de nós fosse o culpado por estar a chover. Eu resolvi ver televisão a minha prima Kika acompanhou-me, a Ruca foi brincar com o gato e o Pipo nem sei bem o que foi fazer. Assim ficamos, cada um na sua, até que se ouviu um barulho diferente, o barulho de um martelo, mas um martelo "fraquinho". Um a um, fomo-nos movimentando em direção ao ruído, e lá nos encontramos todos!
Era o Pipo!.. Como sempre o mais prestável, resolveu pegar nas suas ferramentas, aquelas que o Pai Natal lhe trouxe, e foi arranjar a mesa de jantar da avó que estava a abanar muito. Ficamos ali, as três, a olhar para o Pipo a executar a sua tarefa, como ele se divertia! Gentilmente foi-nos integrando na sua brincadeira, "Anita dá-me o serrote, a Kika segura aqui...Ruca consegues martelar comigo?".
Assim ficamos os quatro, muito contentes, com a responsável tarefa de arranjar a mesa de jantar da avó!
Passamos a manhã nisto, a brincar, quase sem notar que estávamos a brincar!
"Anita, Kika, Ruca, Pipo, todos para a mesa o almoço está pronto!" chamou a avó!
Todos os dias , para além de nós os quatro iam também almoçar a casa da avó a minha mãe, a prima mais velha Né ( a que nós simpaticamente intitulamos de bruxa) e o meu tio Zé, mas hoje, não sei porquê também veio o tio Mitó.
Sempre que chegava alguém, todos nós orgulhosamente íamos mostrar o nosso trabalho, a mesa de jantar já não abanava e tínhamos sido nós a arranjá-la!
Porém o tio Mitó tinha sempre aquela mania de testar tudo, como tal, fez o mesmo com o nosso trabalho e com uma simples palmadinha a mesa desmoronou...Ficamos parados quase sem respirar, tristes?contentes? Rimos de nós mesmos e do final da nossa história! Tinhas esta facilidade em ultrapassar o que podia correr mal, afinal rir é mesmo o melhor remédio!!!